

Ser de ninguém
Arnaldo Jabor
Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos bares,levanta os braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todomundo e todo mundo é meu também".No entanto, passado o efeito do uísquecom energético e dos beijos descompromissados, os adeptos dageração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, oualugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão,ausência deinteresse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolobeijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja épreciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além dodescompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, nãosaber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, nãose importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc. Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas numdia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir juntoabraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinhoe amor. Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro eser cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boacompanhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguémpara fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugarlágrimas, enfim, é ter "alguém para amar".Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser deninguém.
É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...
É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...
Eu amo e sou amada...me permito viver essas emoções e estou muito feliz por issu
Fabio Eu te amo